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sábado, 11 de fevereiro de 2012

‎"Jogo a minha rede no mar da vida e às vezes, 
quando a recolho, descubro que ela retorna vazia. 
Não há como não me entristecer e não há como desistir. 
Deixo a lágrima correr, vinda das ondas que me renovam, 
por dentro, em silêncio: dor que não verte, envenena. 
O coração marejado, arrumo, como posso, os meus sentimentos. Passo a limpo os meus sonhos. 
Ajeito, da melhor forma que sei, a força que me move. 
Guardo a minha rede e deixo o dia dormir.
Com toda a tristeza pelas redes que voltam vazias, 
sou corajosa o bastante para não me acostumar com essa idéia. Se gente não fosse feita pra ser feliz, 
Deus não teria caprichado tanto nos detalhes. 
Perseverança não é somente acreditar na própria rede. Perseverança é não deixar de crer na capacidade 
de renovação das águas.
Hoje, o dia pode não ter sido bom, mas amanhã será outro mar. E eu estarei lá na beira da praia de novo." 

(Ana Jacomo)


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